terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Como me tornei Consultor

O emprego como conhecemos está com os dias contados… Quer dizer que os empregos irão acabar?
No conceito do que hoje chamamos de emprego sim, mas calma, deixe-me explicar, no mundo de hoje, com a famosa globalização, vivemos um modelo bastante distinto do conhecido no passado, onde as empresas e os profissionais permaneciam juntos por longos anos. O famoso Guru da Administração Peter Drucker disse: “Prevê-se que dentro dos próximos 25 anos a maioria das pessoas que trabalham hoje ainda estará trabalhando. Talvez não em tempo integral ou como empregados em uma companhia, mas como temporários ou em tempo parcial. Ainda assim estarão trabalhando, até os 70 anos”.
O trabalho não vai acabar, felizmente, o que está havendo é uma mudança na forma de contratação de profissionais ou colaboradores (gosto muito de usar este termo, afinal, todos somos colaboradores, independente da forma de contratação) no formato que conhecemos.
O emprego formal com carteira assinada, apesar de ter crescido durante o último governo, não é a única forma de trabalho a ser considerada, pois ainda tem muita gente desempregada buscando empregar-se no formato CLT (carteira assinada), existem também aqueles que já identificaram a nova tendência, e estão partindo para a forma de trabalho PJ (Pessoa Jurídica). Porém, para ambas as formas de trabalho, não existe mais “o emprego pra vida toda”, portanto, temos que estar preparados para atender as demandas com maior rapidez e competência.
Contei essa história porque era necessário citar de onde parti para chegar aonde estou… vamos lá:
“Como você virou consultor?” Foi o questionamento de um amigo…
De bate pronto, confesso que não sabia explicar com profundidade, mas respondi que não virei e sim estou consultor, porque não somos o cargo que ocupamos e sim estamos nele, amanhã podemos estar em outro. Disse também que nunca tinha ficado desempregado, mas tomei a decisão de mudar de rumo quando percebi que estava acomodado em um emprego no cargo de direção executiva, cujos desafios enfrentados no dia a dia não traziam perspectivas, pois a organização, apesar de pagar um bom salário, de muito já vinha conduzindo a administração dos negócios de forma irregular na gestão dos seus recursos financeiros, perdendo o foco da sua atividade fim. Veio então a decisão para pedir a demissão, mas permanecia a paixão pelo segmento da atividade econômica, a vontade de fazer prevalecer os acertos e ensinar como proceder corretamente, e a vida de consultor veio para manter o vínculo com as áreas de Comércio Exterior, Legislação Aduaneira, Tributária, e Gestão Administrativa.
Depois disso, passei a refletir mais sobre o assunto, e estou aqui para contar um pouco sobre as competências que considero importantes, e que acredito, possam servir para qualquer profissional, seja ele o empresário ou o próprio consultor. São elas, senão vejamos:
Competências Comportamentais

- Comunicação de Resultado: você transmite com clareza as instruções para os seus funcionários? e as informações para seu cliente?
Você pode dominar com excelência os conhecimentos necessárias na gestão dos seus negócios, mas deve primar pela didática e boa expressão, sua comunicação precisa ser clara e segura, caso contrário, dificilmente será de resultado e conseqüentemente irá gerar dúvidas, desconforto e desconfiança. Comunicar-se com resultado é ganhar a atenção de todos ao transmitir seu conhecimento para um projeto, uma negociação, etc. A comunicação para resultados é uma das competências mais importantes para qualquer profissional. Portanto, é assim que sua comunicação deve ser com seus clientes internos e externos.
- Ouvir com Excelência: você ouve seus colaboradores? E seu cliente?
Ouvir o colaborador ou o cliente não pode ser realidade apenas no papel. Praticar a profissão de ouvinte é fundamental para entendermos cada vez mais as necessidades de nossa equipe em sintonia com os objetivos da empresa, e principalmente de nossos clientes, afinal, temos dois ouvidos para serem usados com inteligência, o que nos ajuda a falar somente o necessário.
- Psicologia Apurada: você tem inteligência emocional?
Em qualquer situação de pressão e stress, nunca deixe a emoção tomar conta da razão, pare, respire, pense, conte até 100 (se necessário), assuma o controle da situação, com certeza quando os ânimos acalmarem a busca pela solução será mais eficiente.
- Relacionamento Pessoal Orientado a Resultados: você gosta das pessoas com quem trabalha?
Infelizmente, nem sempre, vamos lidar com pessoas que gostam de se relacionar com outras pessoas. Ainda assim, precisamos atuar de forma profissional com todos ao nosso redor. Mas isso não significa que porque gosto de determinadas pessoas, que vamos agir no ambiente profissional como se estivéssemos em uma roda de amigos, vale lembrar que em um projeto existem prazos definidos para as coisas acontecerem, e deixar para lá uma atividade, mesmo que básica, pode comprometer os resultados finais e isso ocasionará grande frustração, portanto, não deixe o bom relacionamento atrapalhar o comprometimento com as suas atividades e as do cliente. Faça você, porque senão alguém fará no seu lugar e sua credibilidade poderá ser afetada por algo que você tinha o controle e acabou deixando de fazer.
- Trabalho em Equipe com Humildade: você já trabalhou com profissionais que se consideram “estrelas”?
É muito bom e de valor incalculável trabalhar com pessoas que são referência naquilo que fazem, desde que a pessoa não deixe seu “estrelismo” falar mais alto que seu respeito pela equipe. Faça sua parte, seja humilde e ajude aqueles que solicitarem sua ajuda, só assim o verdadeiro espírito de equipe irá surgir e sem dúvida alguma, todos ganharão com isso.

Competências Técnicas

- Conhecimento do Negócio: você conhece bem os processos de negócio do seu cliente?
É fundamental que se conheça bem os processos de negócio com os quais irá trabalhar, porque ser um bom técnico é importante, mas sem dúvida alguma, conhecer o processo é tanto quanto, pois sem uma boa análise dos problemas e propostas de solução, fica inviável implantar qualquer que seja a melhoria, no meu caso, sistêmica.
- Conhecimento Técnico: você tem o conhecimento técnico necessário para desenvolver as soluções propostas?
Ter o conhecimento técnico necessário para atender as demandas do cliente é imprescindível, pois apontar problemas e sugestões de melhoria, “todo mundo faz”, mas colocar a mão na massa e construir uma solução, mesmo que simples, “nem todo mundo”.
Tudo isso basta? Não. Porque aceitar diversos projetos em empresas não só de segmentos diferentes, mas principalmente, de culturas diferentes, requer motivação diária, jogo de cintura e muita dedicação e comprometimento.
- Experiência comprovada: você tem o conhecimento técnico já aplicado e longo tempo de experiência de resultados com soluções positivas?

Vê-se por aí, muitas das vezes, yuppies, jovens, muito jovens mesmo, alçando vôo como consultores, quando na realidade devem obrigatoriamente ter o conhecimento técnico sim (teórico e acadêmico), mas principalmente apresentar know-how consistente sobre como e o que está apoiando nas empresas que recebem sua consultoria. Aí vai a pergunta: como um jovem de menos de 30 anos, com os mais complexos conhecimentos teóricos e acadêmicos, vamos assim colocar um marco, pode prestar consultoria se ele tem mais ou menos 10 anos de mercado, ou menos? Por isso, quando, me desculpem a restrição no conceito, um jovem se apresenta como consultor, já me coloco a suspeitar de seus conhecimentos e de sua experiência prática. É evidente que não é uma necessidade e nem uma condição sine qua non, pois existem muitos jovens executivos brilhantes, mas via de regra creio que faz parte do perfil deste profissional carregar consigo a experiência vivida para poder exercer seus talentos na sua capacidade máxima e acima da média entre os demais, e o seu potencial somente se elevará com a “poeira” dos anos vividos à frente das grandes decisões gerenciais sobre o complexo de estratégias e projetos realizados.


História da Consultoria – uma tradição humana
A consultoria remonta às origens das relações humanas. É ato de conferência para deliberação de qualquer assunto que requeira prudência. Constitui-se na reflexão em busca de uma resposta através do mais adequado conselho ou de forma mais complexa, porém menos objetiva, de um parecer.
Registros antropológicos definem como traço comum às sociedades humanas o surgimento de indivíduos adotados como guias, que aconselhavam suas comunidades em todas as questões, desde relacionamentos, até ações para caça ou a guerra, inclusive aspectos da saúde física e psicológica. Desta forma, podemos concluir que a consultoria deriva da tradição xamãnica, que também deu origem aos homens sagrados (sacerdotes).
De acordo com o Professor Paulo Ricardo Becker Jacintho, na antiga Grécia, os sacerdotes do Oráculo de Delfos proviam consultorias embasadas nas observações sistemáticas e inteligentes dos fenômenos naturais, entendidas naquela época como predições de homens escolhidos pelos deuses e dotados de poderes especiais. Foi nesse ambiente que surgiram os primeiros filósofos e o ideal da busca do conhecimento e do entendimento racional do mundo e da própria humanidade através da ciência.
Foi somente no início do século XX que a consultoria passou a ganhar os moldes da atividade hoje bem definida e caracterizada. Especialmente nas décadas de 40 e 50 nos Estados Unidos e na Europa Ocidental ocorreram importantes avanços na sistematização do trabalho de consultoria, com vinculação eminentemente técnica e científica aliada à experiência e fundamentada em teorias, mas sempre com foco nas soluções práticas.
Pode-se concluir que a consultoria constitui-se na transição do conhecimento e da experiência de um homem em prol de um objetivo humano. Essencialmente, é busca constante do saber preparado para o benefício de outrem. Nas belas palavras de Peter Becker "A consultoria em sua melhor forma é um ato de amor: o desejo de ser genuinamente útil aos outros. Usar o que sabemos, ou sentimos, ou sofremos no caminho para diminuir a carga dos outros.".

Aspectos mercadológicos da Consultoria

A consultoria não pode ser vendida. A empresa-cliente deve comprá-la de acordo com suas necessidades. Compara-se a um médico cirurgião, que não pode sair buscando pacientes oferecendo cirurgias de ponte-de-safena a qualquer um. Não é o consultor que deve vender seus serviços, e sim a empresa cliente que deve reconhecer que algo está errado e buscar a ajuda de um profissional.

Para que servem os serviços de Consultoria?

É imprudente investir em qualquer empreendimento sem planejamento cuidadoso e estudos competentes de viabilidade técnica, econômica e legal, desenvolvidos por serviços de Consultoria.

Um bom projeto e o trabalho de acompanhamento elaborado por esses profissionais representa um investimento seguro, incorpora toda a evolução no tratamento administrativo disponíveis e reduz custos de operação e manutenção de qualquer empreendimento.

O gerenciamento da implantação de empreendimentos e prospecção de mercados a cargo de uma Consultoria é indispensável para assegurar qualidade, segurança, cumprimento de normas fiscais e controle de custos.

O apoio de uma Consultoria ao seu cliente pode estender-se à assessoria técnica e treinamento de pessoal para a operação e manutenção do empreendimento. Profissionais de Consultoria têm competência técnica e gerencial para atender a qualquer demanda de serviços dessa natureza, buscando parceiros em qualquer parte do mundo quando necessário.

A Consultoria é a parceira e conselheira de alta confiabilidade do proprietário ou investidor privado, comprometida com a otimização dos investimentos e pleno êxito do empreendimento.

”Nunca tivemos tantas opções para decidir nosso destino. Nenhuma escolha será boa, porém, se não soubermos exatamente quem somos e o que queremos.”

Por Laércio Vieira Pereira
Fonte/Colaboração: 
http://inpgblog.com.br
www.abracomex.org/, MDIC

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