domingo, 24 de abril de 2011

Economia revive 2008, mas com inflação pior


Cenário com dólar em baixa e aumento de juros é parecido com o de três anos atrás, mas desta vez será mais difícil resolver a alta dos preços
Preços de commodities em alta, dólar em baixa, crescimento da inflação e aumento das taxas de juros para conter o consumo. Quase três anos depois do estouro da bolha norte-americana, o Brasil volta a se debater com os mesmos problemas que o afligiam em 2008 antes da crise mundial.
Assim como no período pré-crise, os alimentos e as bebidas têm liderado os reajustes. O forte consumo vem pressionando a capacidade instalada das empresas. O dólar voltou a cair e o petróleo, por causa dos efeitos dos conflitos na Líbia, atingiu a maior cotação desde julho de 2008. E, assim como naquele ano, a inflação segue perigosamente acima do centro da meta, de 4,5%.
O Índice de Preços ao Consu­midor Amplo (IPCA), que serve de referência para as metas de inflação do governo, atingiu 6,3% no acumulado dos 12 meses encerrados em março. Somente os alimentos subiram 8,75% no período. A projeção é de que a inflação estoure o teto da meta – que é de 6,5% – em agosto ou setembro, quando deve atingir 7%, e depois recue um pouco. A projeção dos analistas de mercado é que ela encerre no ano em 6,29%.
Para completar, o governo voltou a subir a taxa de juros. Na reunião da semana passada, o Banco Central promoveu a terceira alta desde o início do ano, desta vez de 0,25 ponto porcentual. A Selic, taxa básica de juros da economia, está hoje em 12% ao ano, pouco acima do patamar de abril de 2008 (11,75%). “Vivemos um quadro muito próximo do que víamos em 2008, inclusive no papel que os produtos importados tinham em atender a demanda e evitar que a inflação suba mais”, lembra Thais Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg Consultores Asso­ciados.

Mais difícil
Apesar das semelhanças, analistas são unânimes em dizer que o cenário de agora é mais difícil do que há três anos. A inflação é agora um fenômeno global e atinge a maioria dos países emergentes. A forte injeção de recursos dos países da Europa e dos Estados Unidos para sair da crise inundou de liquidez os mercados, ajudando a transferir recursos para países emergentes, como o Brasil, e dando fôlego para o mercado de commodities, em recuperação desde o ano passado, segundo José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
Ao contrário do que ocorreu em 2008, quando os distúrbios do sistema financeiro provocaram forte valorização dos ativos, a alta das commodities se ampara concretamente na demanda mundial crescente, lembra Tatiana Pinhei­ro, analista do Santander. “Essa demanda é inegável e vai pressionar os preços das commodities ainda por algum tempo”, afirma.
Café, algodão, milho e soja estão com cotações acima da média histórica. A soja, que bateu o recorde de US$ 16,11 por bushel (27,2 quilos) em junho de 2008 na Bolsa de Chi­cago, atingiu neste ano US$ 14,5. O milho, que chegou a ser cotado a US$ 7,96 em junho daquele ano, já chegou a ser negociado a US$ 7,83 em 2011.
Segundo Carlos Alexandre Gallas, analista da Intertrading, as commodities devem continuar com forte movimento de valorização ao longo do ano. Durante os efeitos da crise de 2008, o preço da soja em Chica­go chegou a cair para US$ 8,50 por bushel, mas a recuperação começou já em fevereiro de 2009.

Entrada de dólares
Boa parte do cenário econômico atual se deve, curiosamente, aos efeitos que a própria crise provocou. O aumento da inflação mundial já era esperado principalmente pelos emergentes, que saíram mais rapidamente da crise financeira internacional. A forte entrada de dólares no Brasil, fruto das políticas expansionistas das economias desenvolvidas, também contribuiu para derrubar a cotação da moeda americana. Alguns analistas acreditam que o governo demorou demais para retirar as medidas de estímulo concedidas durante a crise. Com isso, a economia ga­­nhou um ritmo que vai dar mais trabalho para ser contido.

Mercado interno
Segundo os economistas, a inflação também é mais resistente agora porque as condições do mercado interno brasileiro são outras. “Há um cenário mais apertado de emprego, com crescimento médio dos salários. As empresas estão sendo obrigadas a pagar mais para reter ou contratar funcionários. O aumento do salário mínimo garantido para 2012 também deve impulsionar a inflação no próximo ano”, lembra Constantin Jancson, analista econômico do HSBC. Em níveis superiores ao de 2008, o consumo, sustentado pelo crédito, continua desafiando as medidas adotadas pelo governo para frear esse movimento.
Para Jancson, o Brasil terá que conviver com uma inflação mais alta por pelo menos mais quatro anos. Na média, a projeção do HSBC é de que a inflação fique em torno de 6,1%. “A questão é que, quanto mais distante do centro da meta, mais vulnerável o país fica para controlar a inflação no caso de choques externos, como de commodities, por exemplo. O governo trabalha no fio da navalha”, diz.

Sem ajuda
Segundo Tatiana Pinheiro, do Santander, ao contrário de 2008, o governo não terá como contar com uma “ajuda externa” para reconduzir a inflação para o centro da meta. “A crise que surgiu no fim de 2008 destruiu riqueza e levou a economia mundial para um cenário de deflação, o que ajudou a frear a alta de preços. Uma eventual desaceleração mundial, da ordem de 1%, por exemplo, teria hoje um efeito marginal sobre a nossa economia”, afirma. Desta vez, para combater a inflação, o país terá que caminhar com as próprias pernas.

Fonte: Cristina Rios/Gazeta


terça-feira, 19 de abril de 2011

Comércio Exterior vs Comércio Internacional


É muito comum confundirmos comércio exterior com comércio internacional, algo que diria até natural considerando a relação direta entre os temas. Pois bem, ainda que se assemelhem no nome e também na prática, estas áreas são distintas. Primeiramente, é necessário estar claro que estas duas áreas compõem o universo normativo que define e disciplina as operações de importação e exportação. Dividindo este universo entre os dois Comércios, temos o seguinte:

Comércio Internacional: questões internacionais, tais como operações de trocas entre países decorrentes de intercâmbio econômico (aplicável a mercadorias, serviços e mão-de-obra), político e cultural. Estas normas são aplicáveis uniformemente a mais de um país, visando a facilitação dos negócios internacionais que seriam as trocas comerciais entre países. Observe que estes tipos de regras são criadas e disciplinadas por acordos estabelecidos entre países, ou então, são criadas por organismos internacionalmente acreditados e aderidas pelos países em todo o mundo, por exemplo, as regras da OMC - Organização Mundial do Comércio ou da CCI - Câmara de Comércio Internacional;
Comércio Exterior: termos, regras e normas nacionais das transações e estudos realizados no comércio internacional. Estas regras são normas nacionais, criadas para disciplinar tudo o que diz respeito a entrada no país de mercadorias procedentes do exterior (importação) e a saída de mercadorias do território nacional (exportação). Estas regras refletem diretamente em questões tributária, comercial, financeira, administrativa e por fim aduaneira.



Uma vez conhecidos os dois grupos, pode-se dizer que qualquer negócio internacional, seja ele uma importação ou exportação, terá de ser conduzido por meio do estudo de três conglomerados normativos que podem ser chamados de tripé internacional, composto por: comércio exterior do país exportador, comércio exterior do país importador e comércio internacional, sendo que o último apoiará e complementará os dois primeiros e os dois primeiros deverão sempre estar em sintonia com o último.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

SELIC - Taxa básica de juros



INFLUÊNCIA DA TAXA BÁSICA DE JUROS NA ECONOMIA

A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Este aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender esse maior consumo. Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento --que ficam mais custosos--, a economia desacelera e evita-se que os preços subam --ou seja, que ocorra inflação.

Com a redução da taxa básica de juros (SELIC), o BC também diminui a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "sobrar" um pouco mais de dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa sobe, ocorre o inverso.

É por isso que os empresários pedem corte nas taxas, para viabilizar investimentos. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores.

Em um cenário normal, é também por esse motivo que as Bolsas sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que os juros possam cair.

Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em dívida suga como um ralo o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo.

SELIC

SELIC é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) com o objetivo de tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos.

O SELIC é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias.

Hoje, o SELIC identifica também a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. O SELIC é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia.

COPOM

O COPOM foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.

O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.

O COPOM se reúne em dois dias seguidos. No primeiro dia da reunião, participam também os chefes dos seguintes: Departamento Econômico (Depec), Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin), Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo da Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin). 

domingo, 3 de abril de 2011

Inteligência Emocional


Aprender a desenvolver nossa inteligência emocional pode transformar a vida de qualquer um de nós! Conhecer o funcionamento da mente,seus hemisférios e saber desenvolvê-los é um grande passo para o sucesso pessoal e profissional. 
Você sabe que até recentemente o homem se contentou em ser avaliado apenas como um ser racional. Nesse cenário, todo sucesso ou insucesso era creditado ao QI, (Quociente Intelectual) do indivíduo. Mas, desde a publicação do livro Inteligência Emocional, do psicólogo e jornalista norte-americano Daniel Goleman, o QE (Quociente Emocional), o tema ganhou espaço e passou a ser considerado também na avaliação do desempenho.
Você já ouviu falar que o desempenho de uma pessoa tem correlação com a interação dos dois quocientes como se o homem tivesse dois cérebros, duas mentes, ou seja, duas inteligências diferentes, a racional e a emocional, pois bem, são os dois hemisférios cerebrais.
O lado esquerdo, onde predomina a razão, executa um pensamento com tendências à lógica, à matemática, à organização, ao planejamento. O hemisfério direito é criativo, romântico, sonhador, visionário. Hoje se sabe que o lado intelectual não pode dar o melhor de si, sem a participação da inteligência emocional, pois é justamente ela a responsável por habilidades que permitem lidar com conflitos internos mantendo-se calmo diante de crises. É exatamente isso que faz com que a inteligência emocional venha conquistando cada vez mais adeptos em todo o mundo. Podemos afirmar que ganha mais pontos e mais possibilidade de contratação ou de se manter empregável, aquele que tiver mais "autos", ou seja, autocontrole, auto-estima, autoconhecimento, automotivação etc.
Do ponto de vista da inteligência emocional o que causa insucesso profissional pode ser: o medo, motivado pela sua atuação histórica, o que leva o profissional a agir sempre da mesma forma, com as mesmas soluções; a teimosia, que dificulta a assimilação de mudanças; a arrogância, que impede o profissional de ouvir os clientes, os fornecedores e a própria equipe; falta de empatia (identificação) emocional com as pessoas, o que torna o profissional incapaz de motivar os outros, por desconhecer ou não entender suas necessidades.
Mas a grande vantagem é que a inteligência emocional, tanto quanto a racional, pode ser desenvolvida. O importante é cultivar habilidades como a confiança, audácia, otimismo, objetividade. O caminho é aprender a administrar as emoções, buscar o autoconhecimento, aprimorar a capacidade de ouvir, o desprendimento e a humildade.
Reflita sobre situações em que você foi bem-sucedido e as que não deram certo. Avalie seus talentos e habilidades e dê atenção aos que precisam ser desenvolvidos. Você vai descobrir que esse trabalho não o afasta das suas emoções, tornando-o uma pessoa fria, mas, ao contrário, ensina a arte de saber administrá-las e utiliza-las a seu favor assim como se tornar uma pessoa mais criativa.
Fonte: directory/M