Alta dos juros nos EUA gera mais risco para Brasil, Rússia e Turquia, diz Moody's
A elevação dos juros nos Estados
Unidos, que pode ser anunciada nesta quinta-feira, 17, pelo Federal
Reserve (Fed, o banco central norte-americano), deve causar volatilidade
nos países emergentes, mas o impacto deve variar. Brasil, Rússia,
Turquia e, em menor extensão, a África do Sul são os mercados mais em
risco, de acordo com um avaliação da Moody's Investors Service publicada
nesta quarta-feira, 16.
Pelo lado positivo, a Moody's destaca que alguns emergentes estão com volume elevado de reservas internacionais e conseguiram melhorar outros indicadores econômicos nos últimos anos. Por isso, em certos países, uma combinação de colchões de proteção e vigilância alta dos governos tem a capacidade de limitar um eventual impacto negativo no crédito soberano.
A Moody's destaca que os ativos de alguns emergentes já embutem parte de uma elevação de juros nos EUA, sobretudo as moedas, que tiveram forte valorização desde o começo do ano. Brasil, Turquia, Rússia, África do Sul, México e Indonésia foram os países que tiveram as maiores desvalorizações das moedas este ano, com uma queda média de 17%. Os analistas da Moody's ressaltam, porém, que além da expectativa de elevação dos juros pelo Fed a queda das divisas de alguns países também foi afetada por fatores domésticos, como a situação política complicada no Brasil, e por preocupações com a desaceleração da China.
A elevação dos juros nos EUA pode influenciar os movimentos internacionais de capitais e provocar volatilidade no mercado financeiro, mesmo já sendo uma ação esperada e tendo sido parcialmente precificada nos ativos, afirma o documento. A Moody's, porém, minimiza a possibilidade de reações abruptas e desordenadas no processo de realocação das carteiras dos agentes. Os riscos são baixos, de acordo com o relatório.
Para os países desenvolvidos, um aumento de 0,25 ponto nos juros dos EUA não deve ter maiores consequências, nem para as moedas nem para os juros, ressalta o relatório, destacando que a taxa maior nos EUA é uma evidência de "força" da economia norte-americana.
Fonte:
Laércio Vieira Pereira, Consultor Em Comércio Exterior
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