quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Política de comércio exterior precisa de adequação diante da crise mundial


O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Benedicto Fonseca Moreira, avaliou que a política de comércio exterior "não está adequada para uma competição internacional aberta, como é hoje. E muito menos numa fase de crise". Para ele, é preciso reorganizar a forma como se conduz essa política. Moreira disse que é preciso que política de produção seja mais voltada para a produtividade, além da adoção de novas políticas cambial e tributária.

"Você não pode fazer uma abertura imensa de inserção internacional com um sistema tributário louco, como é o brasileiro. É um sistema que induz à importação, à crise, induz à especulação externa no mercado financeiro brasileiro", criticou.

Segundo o presidente da AEB, o governo precisa reorganizar o sistema de financiamento à exportação, considerado por ele inadequado no momento. "E, sobretudo, reorganizar o sistema de infra-estrutura no Brasil. Esse é caótico".

Um exemplo citado por ele é o setor portuário, que, na sua opinião, deveria ter a administração privatizada, para ser mais dinâmico. "O Brasil precisa reduzir custo e tempo. Portos são estratégicos porque 95% das exportações saem de lá. Um país que exporta commodities, sobretudo a granel, tem que ter portos adequados. Se nós não fizermos isso, vamos pagar um alto preço", advertiu Moreira.

Ele analisou que a crise ainda não está afetando as exportações e que os mercados estrangeiros devem "arriar" nos próximos meses, com essa situação se mantendo, eventualmente, se manter até 2009. Mas ele admite que haverá algum impacto. "Você tem uma demanda interna desses países recessiva. Ou, pelo menos, limitada, que afeta o Brasil. Bobagem dizer que não vai afetar. Esperamos que não afete demais."

Os preços médios das commodities, segundo o presidente da AEB, estão sofrendo efeitos da crise, mas ainda se mantêm em um patamar considerado muito bom para o Brasil. Ele não acredita que haverá uma redução drástica de preços "porque todo mundo precisa de commodities, sejam alimentícias, sejam matérias-primas".

Fonte: Agência Brasil, Alana Gandra

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